quinta-feira, 28 de março de 2013

Carta de um veterano de guerra, à beira da morte, para W. Bush e Dick Cheney

Relevo aqui toda a desinformação, toda a visão deturpada de mundo, diante do sentimento profundo exposto na consciência da traição. Na consciência de ter sido enganado e estar diante da morte, sem possibilidade de redenção. No Afeganistão os princípios são os mesmos, os motivos alegados são deboche à inteligência. O atentado às torres gêmeas ainda não teve suas causas reveladas, embora a intuição já as possa detectar. Pretexto pra tomar petróleo, pra catalisar as energias da população e criar apoio a qualquer guerra, a qualquer genocídio, como o praticado no Iraque.

Assista "Fahrenheit 11 9". Ou "A verdade sobre o 11 de setembro". Há outros. E é óbvio. Tudo orquestrado, até a eleição do "negro" Obama, tudo dentro do roteiro programado. Somos todos feitos de otários. Mas aos poucos e sob a pecha de loucura, vamos acordando. Num mundo como o nosso, é preciso ser louco pra ter um pouco de lucidez.

Relevo a ingenuidade em meio à tomada de consciência.




24 MARZO 2013
George Bush
A besta-fera do apocalipse, George Bush

















A George W. Bush e Dick Cheney
De Tomas Young
Escrevo esta carta no décimo aniversário da guerra contra o Iraque, em nome dos meus companheiros veteranos de guerra. Em nome dos 4.488 soldados e fuzileiros que morreram no Iraque. Escrevo em nome das centenas de milhares de feridos e em nome daqueles cujas feridas, físicas e psicológicas, destruíram suas vidas. Eu sou um desses feridos graves. Fiquei paralítico num ataque da insurgência, em 2004, na cidade de Sadr. Minha vida está chegando ao fim, vivo aos cuidados de um hospital para pacientes terminais.

Escrevo em nome de homens e mulheres que perderam seus companheiros, das crianças que perderam pais e mães, dos pais e mães que perderam seus filhos e filhas e em nome daqueles que se preocupam pelos milhares de companheiros veteranos que sofreram lesões cerebrais. Escrevo esta carta em nome dos ex-combatentes cujos traumas e culpas pelo que viram, sofreram e cometeram no Iraque os levaram ao suicídio e em nome dos militares em serviço ativo que cometem, em média, um suicídio por dia. Escrevo esta carta em nome de aproximadamente um milhão de iraquianos mortos e incontáveis feridos deste país. Escrevo em nome de todos nós, o lixo humano que voltou da sua guerra, aqueles que passaram suas vidas marcados por uma dor e um luto intermináveis.

Escrevo esta carta, minha última carta, a ti Bush, e a ti Cheney. Não o faço porque acredite que vão compreender as terríveis conseqüências humanas e morais das suas mentiras, das suas manipulações e da sua sede de riqueza e poder. Escrevo porque, antes de morrer, quero deixar claro que eu, e centenas de milhares de companheiros veteranos, milhões de compatriotas, de iraquianos e gente do Oriente Médio sabemos perfeitamente quem são vocês e o que têm feito. Vocês podem escapar da justiça, mas aos nossos olhos ambos são culpados de gravíssimos crimes de guerra, de saque e, por último, de assassinato, inclusive o assassinato de milhares de jovens estadunidenses - meus companheiros - cujo futuro roubaram.

Sua posição de autoridade, seus milhões de dólares de riquezas pessoais, seus consultores de relações públicas, seus privilégios e seu poder não podem ocultar a falsidade da sua condição. Nos enviaram para lutar e morrer no Iraque, enquanto você, Cheney, fugiu da guerra do Vietnam, e você, Bush, desertou da Guarda Nacional. Sua covardia e egoísmo estão patentes há décadas. Não estavam dispostos a se arriscar por nossa nação, mas enviaram centenas de milhares de homens e mulheres jovens ao sacrifício numa guerra sem sentido, sem pensar mais que o tempo de jogar o lixo fora.

Entrei no exército dois dias depois dos ataques em 11 de setembro. Eu me uni ao exército porque nosso país havia sido atacado. Queria devolver o golpe a quem havia matado cerca de três mil concidadãos. Não entrei para ir ao Iraque, um país que não participou desse ataque em 2001 e que não representava nenhuma ameaça para seus vizinhos e muito menos para os Estados Unidos. Não me tornei militar para "libertar" os iraquianos ou para acabar com fictícias instalações de armas de destruição em massa, nem para implantar o que vocês chamam cinicamente de "democracia" em Bagdá e no Oriente Médio. Não entrei no exército para a reconstrução do Iraque, que naquele momento vocês nos disseram que poderia ser pago com o petróleo iraquiano. Em vez disso, esta guerra custou aos USA mais de 3 bilhões de dólares. Sobretudo não me uni ao exército para fazer guerra preventiva. A guerra preventiva é ilegal, pelo direito internacional. E ao ser soldado no Iraque fui, agora eu sei, cúmplice da sua estupidez e dos seus crimes. A guerra do Iraque é o maior erro estratégico da história dos Estados Unidos. Quebrou o equilíbrio do poder no Oriente Médio. Instalou em Bagdá um governo corrupto e brutal, favorável ao Irã, um governo que consolidou seu poder com o uso da tortura, dos esquadrões da morte e do terror. E posicionou o Irã como força dominante na região. Em todos os âmbitos - moral, estratégico, econômico e militar - o Iraque foi um fracasso. E foram vocês, Bush e Cheney, quem iniciou esta guerra. São vocês que devem arcar com as conseqüências.
Eu não escreveria esta carta se fosse ferido combatendo no Afeganistão, contra as forças que levaram a cabo os ataques de 11 de setembro. Se fosse ferido ali continuaria um miserável, por minha deterioração física e minha morte iminete, mas teria ao menos a tranqüilidade de saber que meus ferimentos foram conseqüência da minha própria decisão de defender o país que amo. Não estaria na cama com o corpo entupido de analgésicos, minha vida se apagando e consciente do fato de que centenas de milhares de seres humanos, inclusive crianças, incluindo eu mesmo, fomos sacrificados por vocês apenas pela cobiça das companhias petroleiras, por sua aliança com o sheiks do petróleo da Arábia Saudita e por sua demente visão do império.

Tenho padecido, como tantos outros ex-combatentes incapacitados, da deficiente e inepta atenção proporcionada pela Administração de Veteranos. Compreendi, como tantos outros, que nossas feridas mentais e físicas não lhes interessam, nem a nenhum político. Nos usaram. Nos traíram. E fomos abandonados. Você, Bush, se esforça para fingir que é cristão. Mas mentir não é pecado? Assassinar não é pecado? Não é pecado o roubo e a cobiça? Eu não sou cristão. Mas creio no ideal cristão. Creio que o que se faz ao menor dos irmãos é o que se faz a si mesmo, à própria alma.
Para mim chegou a hora da verdade. A sua também chegará. Espero que se ponham à prova. Mas sobretudo espero, para seu próprio bem, que encontrem a coragem moral para enfrentar o que nos fizeram, a mim e a muitos outros que mereciam viver. Espero que, antes que acabe o seu tempo nesta terra, assim como se acaba o meu agora, encontrem força de espírito para se colocar diante do povo estadunidense, diante do mundo e, em particular, diante do povo iraquiano, e lhes peçam perdão.

quarta-feira, 20 de março de 2013

"Liberdade de Imprensa"

Faço minhas as palavras desse artigo do Paulo Nogueira. Bueno, não diria com as mesmas palavras, claro, cada um tem seu jeito de falar. Fiz duas interferências e "meia" no texto, usando esta mesma cor de letra. 

Creio que o campo das comunicações é um dos mais importantes no momento. Percebo que a sociedade é como é porque as pessoas não têm noção do que acontece. As comunicações são concentradas em meia dúzia de grupinhos familiares e usadas para o predomínio dos mais ricos das elites, mega-empresários e bancos, sobretudo os estrangeiros, sobre o patrimônio e os direitos da população. É preciso pulverizar, abrir o tal espectro magnético pra centenas, milhares de rádios, tevês, publicações, e não permitir mais esse controle sobre as informações e produções áudio-visuais. O bloqueio está sendo furado, as informações já podem ser encontradas, mas o alcance de se comunicar com o público precisa ser aberto a todos os grupos, associações, escolas, sindicatos, bairros, favelas, periferias. Que todos possam se comunicar, que haja tal pluralidade que a confiança precise ser merecida. Essa concentração é vital na concentração de poder e subjugação da coletividade, da maioria.


Patifarias sobre a liberdade de imprensa
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

E eis que o mundo todo discute os limites da mídia.

A discussão mais rica se dá no Reino Unido. O juiz Brian Leveson fez recomendações depois de ficar mais de um ano ouvindo pessoas de alguma forma envolvidas com a mídia. Políticos, jornalistas, donos de empresas de jornalismo, celebridades cuja privacidade desapareceu, cidadãos comuns cuja vida a imprensa transformou num inferno – Leveson teve material para publicar um relatório de 2 000 páginas.

A recomendação principal: a formação de um órgão regulamentador independente. A auto-regulamentação foi um fracasso, e as provas disso estão no comportamento da própria mídia britânica.

Para ficar num só caso. A ex-rainha dos tabloides, Rebekah Brooks, a queridinha de Rupert Murdoch, está escrencadíssima na justiça britânica. Rebekah está sendo processada sob duas acusações: a) esconder provas no caso de invasão de caixas postais; b) subornar policiais.

Fiscais não se auto-fiscalizam. Exclamação.

Dias depois de divulgado o relatório, o premiê David Cameron se reuniu com editores de jornais.

Cameron, basicamente, disse a eles que se mexam. Se têm alguma proposta a fazer, eis a hora, porque “o relógio está correndo”.

Cameron deixou claro seu apoio à essência das recomendações de Leveson.

1) A independência do novo órgão regulador em relação às empresas de jornalismo. A independência deve ser estendida, naturalmente, a outros centros de poder. O órgão não pode estar sob a tutela nem do Parlamento e nem do governo. Mas de novo: também não pode estar sob o controle das empresas de mídia.

2) Multas na “casa do milhão de libras”, quando for o caso.

3) Retificações rápidas e em lugar de grande destaque.

É mais ou menos o que se tem na Dinamarca, conforme já escrevi neste Diário. As reparações são feitas na primeira página dos jornais.

A opinião pública britânica apoia maciçamente o Relatório Leveson. Os ingleses já estavam enojados dos excessos da mídia. Cameron esboçou fazer reparos a Leveson e a voz rouca das ruas se levantou: o senhor tem que defender o povo da mídia, e não a mídia do povo. Cameron então deixou claro que está com Leveson. Olha o medo que eles têm do povo. O cara se volta contra a mão que o apoiou, na hora.

Noto que não se fala em distorcer a realidade, enganando a população, nem nas induções subliminares ao consumo, na publicidade infantil (que lá é proibida - ver documentário "Criança - a alma do negócio"), nem na omissão de informações importantes à coletividade, pra favorecer grandes empresas, nem na interferência descarada nos governos, legislativos e judiciários, nos financiamentos de campanha e por aí vai.

No Brasil, vigora a auto-regulamentação.

Funciona?

As próprias empresas colocam freios? Discutem, debatem, prestam contas para a sociedade? Num caso particularmente rumoroso, um repórter tentou invadir o quarto de um político em Brasília. Pode? Não pode? O assunto foi ao menos discutido pela mídia, ainda que fosse para aprovar a conduta do repórter e da publicação?

Liberdade de expressão não é algo que possa ser invocado para garantir que a mídia esteja acima da sociedade – e da lei.

Um juiz americano, numa comparação que ficaria célebre, escreveu que alguém que gritasse fogo num ambiente lotado e fechado não poderia depois invocar a liberdade de expressão para escapar das consequências da tragédia que possivelmente provocaria.

Depois de ver o debate britânico, é lastimável ouvir platitudes como as pronunciadas – sob ampla cobertura – dias atrás pelo juiz Ayres Britto.

Britto, que acaba de se aposentar do STF aos 70 anos, fez a defesa da liberdade de imprensa, mas com uma superficialidade que é chocante, primária, infantil quando contrastada com a mesma defesa da liberdade de imprensa feita pelo seu colega britânico Brian Leveson. “É um direito pleno”, afirmou ele.

Sob Pinochet, ou mesmo sob Geisel, Britto mereceria aplausos. Mas, numa democracia em que uma imprensa livre é um fato da vida, eis uma frase superiormente tola, e que esconde a real pergunta: qual o padrão ético da mídia tradicional brasileira, se é que existe algum?

No Reino Unido, Leveson não caiu na falácia de que liberdade de imprensa significa licença para matar. A sociedade tem que ser protegida dos excessos da mídia. Ou então a mídia presta um formidável desserviço ao interesse público.

"Excessos da mídia"? "Desserviço"? A mídia não comete excessos, comete crimes. Liberdade de imprensa pressupõe compromisso com a verdade. Se mentir, distorcer a realidade, omitir, falsear não são crimes definidos em lei, só pode ser porque compraram legisladores, corromperam ou ameaçaram, pra impedir. Mas não duvido que exista a lei e ela simplesmente não seja cumprida, ou tenha cláusulas que permitam malabarismos jurídicos. Pra favorecer essa estrutura social que entrega o que é público a grandes empresários e impõe uma vida de sofrimento e angústia a enorme parcela da população, retirando direitos no atacado, a mídia usa todos os recursos do seu poder de comunicação.

O que leva Britto a fugir do real debate – não a liberdade de imprensa, a favor da qual somos todos, vertebrados e invertebrados, mas a melhor maneira de evitar seus excessos?

Britto tem uma história complicada na família.

Em 2009, um genro seu foi flagrado numa conversa comprometedora com um político corrupto. Britto seria um dos juízes no julgamento do político, e o genro usou seu nome.

O caso virou manchete, justificadamente. E Britto, também justificadamente, disse que não podia responder pelo genro.

Britto teria ficado intimidado?

É uma possibilidade. Ele foi o principal responsável pelo fim da Lei da Imprensa, editada na era militar, e diz que aquela é sua maior contribuição ao país. Um instante: ao país? Que Leveson diga mais ou menos o mesmo na Inglaterra — não fará por modéstia e decoro — se compreenderia. Ele enfrentou a ira e o poder de Murdoch, por exemplo.

Britto não é Leveson.

Com o fim da ditadura, a Lei da Imprensa já não causava cócegas a nenhuma empresa jornalística, e também a nenhum jornalista, Era um cadáver jurídico.

Para lembrar: a Lei da Imprensa vigorava quando Paulo Francis caluniou diretores da Petrobras. Mas estes, sabendo o quanto ela era inoperante, foram processar Francis na justiça americana, uma vez que ele fizera as acusações em solo dos Estados Unidos. Francis ficou desesperado ao lidar com uma justiça que exigia provas para assassinato de caráter, e que cobrava pesado pela ausência delas. Morreu disso, segundo os amigos.

E no entanto, lá, até onde eu sei, a mídia também imbeciliza a população, conduzindo a mentalidade à superfície da forma e ao consumo compulsivo. Isso pode.

A morte de uma lei já morta trouxe um efeito colateral nocivo à sociedade. Sumiu, com a Lei da Imprensa, o direito de resposta. O que significa que a sociedade ficou desprotegida.

Britto se despediu da ativa com esse passivo enorme no currículo, e repetindo lugares-comuns que não reforçam a imagem da justiça brasileira e de seus mais elevados expoentes – a despeito do espaço generoso que os jornais dedicam a seu palavrório oco.



O papel da mídia, hoje, 
não difere do papel que teve, desde sempre. Apurando os métodos, a tecnologia, a sutileza, os subliminares. O episódio de Jango e da participação da mídia no golpe mostra bem a que vem esse monopólio das comunicações. É parte importante na orquestração do controle da sociedade, passando pelas instituições. Segue a história, contada em Carta Maior por Saul Leblon. É só clicar aí no 'mais informações'.


sexta-feira, 8 de março de 2013

Os porquês do massacre da mídia sobre Hugo Chávez


Diante do despudorado massacre de Chávez pelos "grandes meios de comunicação", não resisti a expor as razões do seu ódio. É um sentimento de superioridade, uma arrogância desumana que leva essa classe de pessoas a acreditarem natural a pobreza, a miséria, a exclusão, a ignorância. Em nome dos privilégios de que se orgulham, riqueza como superioridade humana. Com um grãozinho de consciência, se envergonhariam. Precisam da pobreza porque se servem dela. O Estado brasileiro e muitos outros são reféns do poder econômico, os mais ricos, banqueiros, industriais, o poder público age como um robinhude ao contrário, rouba a vida e os direitos da população para os favorecer. Pra isso a mídia foi construída, distorcer a realidade, induzir ao consumo, à alienação, aos desejos e à competição. Tudo gira em torno de interesses grande empresariais, a elite e a alta burguesia no apoio pelas suas fartas migalhas, confortos, garantias e posição superior diante da maioria.
Onde aparece quem afronte esse poderio, todas as máquinas são postas em serviço para destruir essa afronta. Que morram os desatendidos, os privilégios são intocáveis. A mídia privada é de dar nojo, de fazer mal à saúde, direta e indiretamente - pela indução ao consumo de porcarias insalubres ou pela indignação que provoca tanta mentira, hipocrisia, mau-caráter e desumanidade.
É fundamental desacreditar essa mídia. E pulverizar as comunicações, rádios e tevês pra todo lado, de todos os tamanhos. Com um pouco de informação ficam evidentes os absurdos "informados" pelos profissionais dessas empresas, as distorções e as intenções. Quem acredita na mídia privada não sabe de nada. 
Com a palavra, Salim.

Salim Lamrani é graduado pela Universidade de Sorbonne, professor encarregado de cursos na Universidade Paris-Descartes e na Universidade París-Est Marne-la-Vallée e especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos.

50 verdades sobre Hugo Chávez e a revolução bolivariana.
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Paris 6 de Março 2013, OperaMundi
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O presidente Hugo Chávez, que faleceu no dia 5 de março de 2013, vítima de câncer, aos 58 anos, marcou para sempre a história da Venezuela e da América Latina.

1. Jamais, na história da América Latina, um líder político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde sua chegada ao poder em 1999, houve 16 eleições na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, entre as quais a última, no dia 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos percentuais.

2. Todas as instâncias internacionais, desde a União Europeia até a Organização dos Estados Americanos, passando pela União de Nações Sul-Americanas e pelo Centro Carter, mostraram-se unânimes ao reconhecer a transparência das eleições.

3. Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, inclusive declarou que o sistema eleitoral da Venezuela era “o melhor do mundo”.
4. A universalização do acesso à educação, implementada em 1998, teve resultados excepcionais. Cerca de 1,5 milhão de venezuelanos aprenderam a ler e a escrever graças à campanha de alfabetização denominada Missão Robinson I.

5. Em dezembro de 2005, a Unesco decretou que o analfabetismo na Venezuela havia sido erradicado.

6. O número de crianças na escola passou de 6 milhões em 1998 para 13 milhões em 2011, e a taxa de escolarização agora é de 93,2%.

7. A Missão Robinson II foi lançada para levar a população a alcançar o nível secundário. Assim, a taxa de escolarização no ensino secundário passou de 53,6% em 2000 para 73,3% em 2011.

8. As Missões Ribas e Sucre permitiram que dezenas de milhares de jovens adultos chegassem ao Ensino Superior. Assim, o número de estudantes passou de 895.000 em 2000 para 2,3 milhões em 2011, com a criação de novas universidades.

9. Em relação à saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito à atenção médica para todos os venezuelanos. Entre 2005 e 2012, foram criados 7.873 centros médicos na Venezuela.

10. O número de médicos passou de 20 por 100 mil habitantes, em 1999, para 80 em 2010, ou seja, um aumento de 400%.

11. A Missão Bairro Adentro I permitiu a realização de 534 milhões de consultas médicas. Cerca de 17 milhões de pessoas puderam ser atendidas, enquanto que, em 1998, menos de 3 milhões de pessoas tinham acesso regular à saúde. Foram salvas 1,7 milhão de vidas entre 2003 e 2011.

12. A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 a cada mil, em 1999, para 10 a cada mil em 2012, ou seja, uma redução de 49%.

13. A expectativa de vida passou de 72,2 anos em 1999 para 74,3 anos em 2011.
14. Graças à Operação Milagre, lançada em 2004, 1,5 milhão de venezuelanos vítimas de catarata ou outras enfermidades oculares recuperaram a visão.

15.  De 1999 a 2011, a taxa de pobreza passou de 42,8% para 26,5%, e a taxa de extrema pobreza passou de 16,6% em 1999 para 7% em 2011.

16. Na classificação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a Venezuela passou do posto 83 no ano 2000 (0,656) ao 73° lugar em 2011 (0,735), e entrou na categoria das nações com o IDH elevado.

17. O coeficiente Gini, que permite calcular a desigualdade em um país, passou de 0,46 em 1999 para 0,39 em 2011.

18. Segundo o PNUD, a Venezuela ostenta o coeficiente Gini mais baixo da América Latina, e é o país da região onde há menos desigualdade.

19. A taxa de desnutrição infantil reduziu 40% desde 1999.

20. Em 1999, 82% da população tinha acesso a água potável. Agora, são 95%.

21. Durante a presidência de Chávez, os gastos sociais aumentaram 60,6%.

22. Antes de 1999, apenas 387 mil idosos recebiam aposentadoria. Agora são 2,1 milhões.

23. Desde 1999, foram construídas 700 mil moradias na Venezuela.

24. Desde 1999, o governo entregou mais de um milhão de hectares de terras aos povos originários do país.

25. A reforma agrária permitiu que dezenas de milhares de agricultores fossem donos de suas terras. No total, foram distribuídos mais de 3 milhões de hectares.
26. Em 1999, a Venezuela produzia 51% dos alimentos que consumia. Em 2012, a produção é de 71%, enquanto que o consumo de alimentos aumentou 81% desde 1999. Se o consumo em 2012 fosse semelhante ao de 1999, a Venezuela produziria 140% dos alimentos consumidos em nível nacional.

27. Desde 1999, a taxa de calorias consumidas pelos venezuelanos aumentou 50%, graças à Missão Alimentação, que criou uma cadeia de distribuição de 22.000 mercados de alimentos (MERCAL, Casa da Alimentação, Rede PDVAL), onde os produtos são subsidiados, em média, 30%. O consumo de carne aumentou 75% desde 1999.

28. Cinco milhões de crianças agora recebem alimentação gratuita por meio do Programa de Alimentação Escolar. Em 1999, eram 250 mil.

29. A taxa de desnutrição passou de 21% em 1998 para menos de 3% em 2012.

30. Segundo a FAO, a Venezuela é o país da América Latina e do Caribe mais avançado na erradicação da fome.

31. A nacionalização da empresa de petróleo PDVSA, em 2003, permitiu que a Venezuela recuperasse sua soberania energética.

32. A nacionalização dos setores elétricos e de telecomunicação (CANTV e Eletricidade de Caracas) permitiu pôr fim a situações de monopólio e universalizar o acesso a esses serviços.

33. Desde 1999, foram criadas mais de 50.000 cooperativas em todos os setores da economia.

34. A taxa de desemprego passou de 15,2% em 1998 para 6,4% em 2012, com a criação de mais de 4 milhões de postos de trabalho.

35. O salário mínimo passou de 100 bolívares (16 dólares) em 1998 para 247,52 bolívares (330 dólares) em 2012, ou seja, um aumento de mais de 2.000%. Trata-se do salário mínimo mais elevado da América Latina.

36. Em 1999, 65% da população economicamente ativa recebia um salário mínimo. Em 2012, apenas 21,1% dos trabalhadores têm este nível salarial.

37. Os adultos com certa idade que nunca trabalharam dispõem de uma renda de proteção equivalente a 60% do salário mínimo.

38. As mulheres desprotegidas, assim como as pessoas incapazes, recebem uma ajuda equivalente a 70% do salário mínimo.

39. A jornada de trabalho foi reduzida a 6 horas diárias e a 36 horas semanais sem diminuição do salário.

40. A dívida pública passou de 45% do PIB em 1998 a 20% em 2011. A Venezuela se retirou do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, pagando antecipadamente todas as suas dívidas.

41. Em 2012, a taxa de crescimento da Venezuela foi de 5,5%, uma das mais elevadas do mundo.

42. O PIB por habitante passou de 4.100 dólares em 1999 para 10.810 dólares em 2011.

43. Segundo o relatório anual World Happiness de 2012, a Venezuela é o segundo país mais feliz da América Latina, atrás da Costa Rica, e o 19° em nível mundial, à frente da Espanha e da Alemanha.

44. A Venezuela oferece um apoio direto ao continente americano mais alto que os Estados Unidos. Em 2007, Chávez ofereceu mais de 8,8 bilhões de dólares em doações, financiamentos e ajuda energética, contra apenas 3 bilhões da administração Bush.

45. Pela primeira vez em sua história, a Venezuela dispõe de seus próprios satélites (Bolívar e Miranda) e é agora soberana no campo da tecnologia espacial. Há internet e telecomunicações em todo o território.

46. A criação da Petrocaribe, em 2005, permitiu que 18 países da América Latina e do Caribe, ou seja, 90 milhões de pessoas, adquirissem petróleo subsidiado em cerca de 40% a 60%, assegurando seu abastecimento energético.

47. A Venezuela também oferece ajuda às comunidades desfavorecidas dos Estados Unidos, proporcionando-lhes combustíveis com tarifas subsidiadas.

48. A criação da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), em 2004, entre Cuba e Venezuela, assentou as bases de uma aliança integradora baseada na cooperação e na reciprocidade, agrupando oito países membros, e que coloca o ser humano no centro do projeto de sociedade, com o objetivo de lutar contra a pobreza e a exclusão social.

49. Hugo Chávez está na origem da criação, em 2011, da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), agrupando, pela primeira vez, as 33 nações da região, que assim se emancipam da tutela dos Estados Unidos e do Canadá.

50. Hugo Chávez desempenhou um papel chave no processo de paz na Colômbia. Segundo o presidente Juan Manuel Santos, “se avançamos em um projeto sólido de paz, com progressos claros e concretos, progressos jamais alcançados antes com as FARC, é também graças à dedicação e ao compromisso de Chávez e do governo da Venezuela”.
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“Nada pode ser mais perigoso do que uma opinião pública bem informada.” [George Orwell, no seu prefácio da Revolução dos Bichos]

"A pior arma nas mãos do opressor é a mente do oprimido." [Bantu Biko]

"Se não tomar cuidado, os jornais farão você amar o opressor e odiar o oprimido." [Malcom X]

Seguem três artigos e dois vídeos, na continuação.





O Bronx, um dos bairros mais pobres de Nova Yorque, homenageia Hugo Chávez

·  Sábado, 9 de março, 2013.


Milhares de hispânicos e estadunidenses fazem homenagem e demonstrações de afeto ao líder da Revolução Bolivariana, a quem agradecem pelo programa de ajuda social aos mais necessitados da comunidade do Bronx.
Por iniciativa de Chávez, a Venezuela destinou um milhão de dólares por ano, através da empresa Citgo, filial da PDVSA (Petróleos de Venezuela Sociedade Anônima), para apoiar o desenvolvimento de projetos sociais. Foi organizada a PetroBronx, encarregada de executar 30 planos para beneficiar escolas, cooperativas de alimentos e limpeza do rio Bronx.


“O dinheiro enviado por Chávez teve um impacto enorme”, disse à agência de notícias AFP o portorriquenho Félix Leo Campos, que fez parte do comitê da PetroBronx. “Ele apresentou um modelo social distinto de soluções, uma solução alternativa, e apoiou esforços locais para resolver problemas crônicos que não se solucionavam”, disse ele.

Por sua vez, a trabalhadora do Serviço de Educação Básica, Lúcia Solano, dominicana, destacou que o mandatário venezuelano foi uma pessoa humanitária, preocupada com o bem estar dos pobres. “Não há presidente dos Estados Unidos que tenha visitado o sul do Bronx”, afirma. Ela recordou que, durante sua visita em 2005, “Chávez nos disse que é preciso lutar e que não podemos nos deixar vencer por sermos pobres. Era preciso por um grãozinho de areia e ele o colocou”.

O socialismo é liberdade

A convite do congressista democrata José Serrano, Hugo Chávez esteve no subúrbio novaiorquino em setembro de 2005, para conhecer a realidade dos seus habitantes, depois de participar da 60°Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“O socialismo é liberdade, amor e Cristo”, disse o presidente aos jovens que se reuniram nos espaços do Centro de Desenvolvimento Comunitário “The Point”, no Bronx. “A luta dos jovens é muito importante, porque é a luta pelo planeta”, continuou ele, ao mesmo tempo em que opinou sobre a importância de deter o processo destrutivo gerado pelo modelo capitalista no mundo. “No princípio, pensei que o capitalismo poderia se humanizar. Mas o capitalismo é o demônio. É Judas que vendeu Cristo por algumas moedas. O socialista é Cristo, quem dá a vida pelos outros, que nos chama a amarmos a todos, esse é o socialismo”, disse Chávez naquela ocasião.

Combustível para os mais necessitados

Entre 2005 e 2013, quase dois milhões de norteamericanos foram beneficiados pelo programa de distribuição gratuita de combustíveis para aquecimento implementado pelo presidente venezuelano, que permite o apoio às famílias que não dispõem de recursos econômicos suficientes para contar com este serviço durante o inverno. Este plano desenvolvido pela Venezuela, através da Citgo e da Citizens Energy Corporation (Corporação de Energia para os Cidadãos), contou com cerca de 465 milhões de dólares e atende a habitantes de 25 estados da nação norte-americana. Além disso, inclui membros de mais de 240 comunidades indígenas e alcança mais de 200 abrigos para indigentes.

O diário argentino El Clarín publicou o testemunho de John Fritz, presidente da Mount Hope Housing, uma organização sem fins lucrativos que garante o aluguel de moradias no Bronx a preços baixos e que conta com o apoio deste plano de doação de combustível para calefação.”A maioria dos nossos inquilinos é de imigrantes, fundamentalmente latinos recém chegados, que não têm nem pra comer. Mas graças a Chávez, no inverno têm aquecimento grátis. É uma ajuda inestimável”, declarou John.

O fundador de Citizens Energy Corporation, Joseph P. Kennedy II, manifestou através de um comunicado, seu pesar pela desaparição física do presidente venezuelano. Chávez é um líder “que se preocupou muito com os pobres da Venezuela e de todas as nações do mundo, com suas necessidades mais básicas, enquanto algumas das personalidades mais ricas do planeta têm muito mais dinheiro do que razoavelmente podem gastar”, disse o sobrinho do ex-presidente John Fitzgerald Kennedy, que é ex-integrante da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

AVN

Tradução – Eduardo Marinho


Hugo Chávez, o menino pobre de Sabaneta


Hugo Chávez menino

Luis Hernández Navarro – La Jornada

Hugo Chávez foi um personagem de carne e osso saído da mais fantasiosa novela de Gabriel García Márquez. Menino pobre de Sabaneta (capital do estado de Barinas) que jurou não trair sua infância de escassez e precariedade, aprendeu desde muito cedo a semear e vender guloseimas. Filho de professores de ensino fundamental que cresceu com sua avó Rosa Inês e outros dois de seus irmãos, viveu em uma casa de palma, com parede e piso de terra, que alagava com a chuva. Uma criança que sonhava em ser pintor e que trazia na alma a fantasia de jogar beisebol nas Grandes Ligas, alimentou-se toda sua vida de suas origens humildes.

Pela mão de sua avó, que chamava de Mamá Rosa, aprendeu a ler e escrever antes de entrar no primeiro ano. Ao lado dela tomou conhecimento das injustiças desse mundo e conheceu as dificuldades econômicas e a dor, mas também a solidariedade. Dos lábios dela, extraordinária narradora, recebeu suas primeiras lições de história da pátria, mesclada com lendas familiares.

O menino Hugo Chávez viajou pelo mundo através das ilustrações e das histórias que leu em quatro grandes tomos da Enciclopédia Autodidata Quillet, presente de seu pai. No sexto ano, foi escolhido para fazer um discurso ao bispo González Ramírez, o primeiro a chegar à sua comunidade. Desde então, encontrou o gosto de falar em público e, os demais, o interesse por escutá-lo.

Seu ídolo foi Isaías “Chicote” Chávez, lançador nas Grandes Ligas. Nunca o viu, mas imaginava como era ao escutar as partidas pelo rádio. No dia em que seu herói morreu em um acidente aéreo, o jovem Hugo, de 14 anos de idade, viu o mundo cair sobre sua cabeça.

Para ser como o “Chicote”, o jovem entrou no exército. Graças a suas qualidades no beisebol, as portas da Academia Militar se abriram para ele em 1971. Quatro anos depois se graduou como subtenente e licenciado em ciências e artes militares, com um diploma em contrainsurgência, com uma bússola que marcava como seu norte o rumo do caminho revolucionário.

Sua tomada de consciência foi um processo longo e complexo, no qual se combinaram leituras, conhecimento de personagens chave e acontecimentos políticos na América Latina. Em mais um dos episódios de realismo mágico que marcaram sua vida, em 1975, em uma operação o subtenente Chávez encontrou na Marqueseña, Barinas, um Mercedes Benz preto escondido no monte. Ao abrir o porta-malas encontrou um arsenal subversivo composto por livros de Karl Marx e Vladimir Ilich Lenin, que começou a ler.

Na forja de suas atitudes políticas, incluiu, decisivamente, seu irmão maior Adán, militante do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), e sua participação em um experimento educacional das forças armadas chamado Plano Andrés Bello, preocupado em dotar os militares de uma formação humanista. Do mesmo modo, foi chave em sua formação política o descobrimento de Simón Bolívar e a voracidade intelectual de Chávez que o levou a ler todo e qualquer texto que encontrou sobre a biografia e o pensamento do líder. Mais adiante, seria definitiva nele a influência de Fidel Castro, a quem tratou como se fosse seu pai.

A derrubada de Salvador Allende em 1973 provocou nele um grande desprezo em relação aos militares da estirpe de Augusto Pinochet, tão espalhados pela América Latina. Por outro lado, o conhecimento da obra do panamenho Omar Torrijos e do peruano Juan Velasco Alvarado mostrou a ele a existência de outro tipo de forças armadas, de vocação nacionalista e popular, tão diferente dos gorilas formados na Escola das Américas.

Rebelde ante o atropelo, descobriu na prática os abusos e a corrupção de seus comandantes e decidiu enfrentá-los como pode. “Eu vim ao Palácio pela primeira vez – contava Chávez – para buscar uma caixa de whisky para a festa de um oficial”. Para removê-los, no aniversário da morte de Simón Bolívar em 1982, um pequeno grupo de oficiais do corpo castrense, entre os quais se encontrava Chávez, fez o juramento de Samán de Güere, fundando o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR 200).

Quase sete anos mais tarde ocorreu um levante espontâneo nos bairros pobres de Caracas contra as medidas de austeridade do governo de Carlos Andrés Pérez (as tarifas todas foram aumentadas de maneira absurda, conforme determinação dos bancos internacionais, transporte, luz, água, algumas chegaram a ser triplicadas - nota minha, Eduardo). O “caracazo” foi reprimido a sangue e fogo. A rebelião popular deu um grande impulso ao movimento dos militares bolivarianos.

Em 1992, Chávez e sues companheiros se rebelaram com armas na mão. A quartelada fracassou e Chávez foi preso. Diante dos meios de comunicação, assumiu a responsabilidade, Sua popularidade e ascendência política a partir de então só aumentaram. Ao ser libertado, sua presença política cresceu aceleradamente ante o colapso do sistema político tradicional. Nas eleições presidenciais de 1998 triunfou com uma votação de 56%. A partir desse momento nada conseguiu pará-lo. Ganhou quase todas as eleições e referendos dos quais participou, ao mesmo tempo em que sobreviveu milagrosamente a um golpe de estado e a um lockout petroleiro.

Ao longo dos quase 20 anos em que conduziu o Estado venezuelano, o tenente coronel refundou seu país, o descolonizou, tornou visíveis os invisíveis, redistribuiu a renda petroleira, combateu o analfabetismo e a pobreza, elevou incrivelmente os índices da saúde, aumentou o salário mínimo e fez a economia crescer. Ao mesmo tempo, no cenário internacional, fortaleceu o polo dos países petroleiros em relação ao poder das grandes companhias privadas, ajudou a derrotar o projeto de uma área de livre comércio para as Américas impulsionado desde Washington, criou um projeto alternativo de integração continental e assentou as bases para um socialismo do século 21.

Hugo Chávez foi um formidável comunicador, um incansável contador de histórias, um educador popular. Seus relatos, herança dos contos que Mamá Rosa contava em sua infância, mesclava história do país, leituras teóricas, anedotas pessoais, com frequência em tempo presente. Em todas elas, o senso de humor estava presente. “Se tua mulher te pede que te atires pela janela” – dizia, jocoso – “é hora de mudar a planta baixa”.

Suas narrações seguiam o modelo clássico das sonatas musicais, nas quais dois temas contrastantes se desenvolvem em tonalidades vizinhas. Em seus discursos lançava mão da poesia e do canto. “Eu canto muito mal – se justificava -, mas, como disse aquele paisano, Chávez canta mal, mas canta bonito”, para, na continuação, interpretar uma canção rancheira ou uma balada.

Antiimperialista, antineoliberal, começou a fazer o milagre de construir os alicerces da utopia em um país que, do ponto de vista imaginário, estava mais perto de Miami do que de Havana. Fabulador incansável, Chávez sonhou reviver o ideal socialista quando muito poucos queriam falar dele. E o fez, para não trair nunca sua infância de menino pobre de Sabaneta.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer


Hugo Chávez dá nome a uma rua na Cisjordânia

10 MARZO 2013 
chavezComo parte das homenagens feitas pelos povos do mundo ao líder da Revolução Bolivariana, uma rua de Al-Bireh, cidade da Cisjordânia, ganhou o nome de Hugo Chávez neste último domingo.
A decisão foi anunciada pelo prefeito da cidade, Fawzi Abid, que disse que "a morte de Hugo Chávez é uma perda para todo o mundo, em particular para o povo palestino, porque foi um grande apoio na defesa dos direitos palestinos", publicou a Prensa Latina.
Os membros do Conselho Municipal dessa localidade, em seqüência, visitaram a embaixada venezuelana para expressar suas condolências pela desaparição física de Chávez, um dos maiores defensores dos direitos da Palestina a ter um Estado independente, que se pronunciou reiteradamente contra a ocupação militar israelense.
Dias atrás, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abás, ofereceu também seus pêsames ao povo venezuelano e ao governo nacional, considerando que os palestinos "perderam um amigo que defendeu de forma apaixonada seu direito à liberdade."
(Con información de Correo del Orinoco)                                                                      Tradução - Eduardo Marinho

Resposta indignada a aluno da Oxford que expõe sua visão, totalmente midiatizada, sobre Hugo Chávez. George Galloway, membro eleito do parlamento britânico, em palestra na universidade de Oxford. Outubro de 2012.


Mais:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21717&boletim_id=1562&componente_id=26774

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1205

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=1204

http://resistir.info/mur/hugo_chavez_10mar13.html


O último discurso de Chávez




Não é à toa o ódio das elite mundiais contra o cara, espelhada por elites locais, reles subalternas que arreganham os dentes pra dentro e abanam o rabinho pra fora. Não é à toa a suspeita de envenenamento. Arafat foi envenenado e na época os denunciantes foram ridicularizados. No final da operação Condor, de triste memória, ficou conhecido um certo vinho chileno oferecido a várias personalidades que vieram a morrer, como João Goulart. Várias histórias envolvem a CIA e envenenamentos. Hugo Chávez encarnava a revolução necessária ao planeta, à humanidade, e peitava os poderes instituídos pelos vampiros das sociedades, os donos dos grandes bancos, das mega empresas, controladores das indústrias armamentista, farmacêutica, petroleira, alimentícia, de transporte e outras, dominantes da política e, principalmente, das comunicações, do poder público, destruindo educação, saúde, a vida em geral, destruindo ecossistemas, poluindo, explorando, ... Enfrentava as maiores forças do planeta e se garantia com seu aparato de segurança, cercado por um povo já armado em milícias populares, por um exército leal e purificado de golpistas, depois do golpe fracassado de 2002. Foi o único presidente, até hoje, a sair de um golpe reempossado da presidência, na América Latina. Recolocado pelo povo em massa e pelos militares leais, identificados com a população do seu país.

Veja o discurso e a postura, no encontro internacional pelas mudanças climáticas conhecido como COP-15. Divulgado em 3/12/12, pela página "Ocupa a rede globo". Jamais seria mostrado por essa mídia comercial privada e safada, sem vergonha e descarada.



A resposta à jornalista canadense Paola Newton, a respeito da "crise" na Síria, em espanhol e com legendas em francês (não consegui passar pra português), faz um magistral passeio pela realidade dos interesses mega-empresariais que controlam o império das corporações, personificado pelos países "desenvolvidos" e sua composição armada, a OTAN, na região do entorno do Mediterrâneo. O humanismo de Chávez é escondido pela mídia privada, descaradamente em apoio aos interesses empresariais, evidentemente genocidas.



Tem mais informações aí pra baixo, só clicar. De último, entrevista ao Roda Viva, 2005.



segunda-feira, 4 de março de 2013

Yoani Sanches



Basta ver quem apóia essa figura, quem a recebe calorosamente, pra perceber o nível da sua credibilidade. Nem preciso falar muito, veja a foto no congresso e as histórias de quem a cerca. Só vampiro. A mídia privada a apresentou todos os dias, ela foi exposta à exaustão pelos piores mecanismos de comunicação da nossa sociedade, que incitaram e apoiaram o golpe militar, estampando manchetes como "A volta da democracia". Como acreditar nesses meios? Ao contrário, desacreditá-los é uma necessidade.

Seria melhor observar os dados sobre educação em Cuba, da UNESCO, ou sobre a medicina cubana que, além ser gratuita e plena, é estendida a pobres de outros países. Cuba envia médicos (e também professores)- e tem o reconhecimento da OMS, além da gratidão de pelo menos 60 países pobres. 

A difamação de Cuba se dá por um motivo muito simples. Lá, empresas não mandam. Aqui e em outros países, empresas de comunicação descem o malho, claro, vampiros inconformados com o atrevimento da pequena ilha, bem no nariz do império das corporações, colocar o Estado pra servir ao povo, impedindo o saque empresarial que provoca miséria em nossos países, subordinando seus governos. Do mesmo jeito que o ricaço se sente humanamente superior ao seu empregado, essa classe de pessoas tem o sentimento de natural superioridade, além do direito natural ao privilégio, mesmo à custa de exploração e sabotagem à grande maioria das pessoas. Esses jornalistas e comentaristas da mídia sofrem do mal da arrogância extrema, do egoísmo, da vaidade e vêem na existência de uma nação que pensa, instruída, informada, em condições de entender os acontecimentos e colocar o Estado a serviço de todos, um absurdo odioso. A idéia de igualdade de direitos e oportunidades lhes é revoltante, intolerável. O Estado não tem nada que servir ao povo, tem que servir os seus amos, os patrões dos patrões, que afinal lhes pagam gordos salários, lhes atiram privilégios e agrados pelos serviços prestados nas comunicações, com seu jornalismo torto. 

Nunca estive em Cuba e não pretendo defendê-la (nem é preciso). Mas observando quem a ataca, eu me inclino a simpatizar, entendo as motivações. Teria vergonha de fechar com qualquer opinião da mídia privada, dos conservadores e dos privilegiados que expõem seu ódio contra os "irmãos Castro", como antes era a Fidel, o "ditador milionário dono da ilha presídio". Se inteirando um pouco da história, lendo e ouvindo várias fontes, é fácil perceber quanta distorção, quanta mentira é contada. Quem tem liberdade de imprensa tem responsabilidade com a verdade dos fatos. O direito de falar ao público deve ser condicionado à prática da verdade. E, comprovadamente, essa mídia coleciona mentiras.

Que moral temos nós pra falar de um país que não tem um único desabrigado, que zerou o analfabetismo, que tem 100% das suas crianças matriculadas em escolas gratuitas e de qualidade (no Brasil há 3 milhões de crianças fora da escola), que fez a reforma agrária (a começar pela fazenda da família Castro) e estimula a produção cultural sem transformar arte em mercadoria? Todos esses dados são apresentados por organismos da ONU, não pelo governo cubano, e solenemente ignorados, escondidos pela mídia privada, por motivos óbvios - sua função é detratar a ilha.

"Houve um ano, 1984, em que a Unesco reconheceu ter Cuba batido um recorde na publicação de livros, que lá são vendidos a preços de um picolé ou menos. Foram 480 milhões de exemplares publicados naquele ano. Entre estas obras há Guimarães Rosa, com tiragem superior a 150 mil exemplares, quando no Brasil, com um indústria gráfica 50% ociosa, a tiragem padrão é de apenas 3 mil exemplares. Em Cuba há mais pleno acesso à literatura universal, ao cinema internacional, o cinema é uma atividade popular, com ingressos baratos e salas cheias."(http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/02/yoani-e-diplomacia-da-desintegracao.html)

Os cubanos "dissidentes", maiamenses raivosos que tremem de ódio ao ouvir o nome de Fidel, são a antiga burguesia cubana, serviçal dos milionários estadunidenses que faziam de Cuba seu bordel (inclusive com leis de proteção para seus crimes em território cubano), em troca dos privilégios concedidos à elite local. Apontar a injustiça dos luxos e excessos enfurece os privilegiados em geral. Os emigrados de Cuba por causa da revolução, reunidos em Maiame, carregam um ódio visceral por Fidel, pela revolução e por Cuba livre. Seu sentimento de superioridade, seu egoísmo não perdoam a retirada dos seus privilégios. Foram centenas de milhares, numa população de nove milhões, na época. A elite dirigente e seus satélites, subalternizados, entregavam a riqueza e o próprio povo cubano, de bandeja, à exploração estrangeira. Corriam soltos analfabetismo e miséria em meio à maioria cubana.

Não preciso de provas. A história está aí mesmo pra quem quiser saber. Distorções só funcionam quando não se conhece. Os sinais são mais que suficientes. E sustento minha impressão com isenção política em relação a todos os movimentos de esquerda, pois não sou integrante de nenhuma agremiação além da humana, apesar de somar esforços nas lutas que me parecem justas. Procuro pensar com minha própria cabeça, sem me deixar induzir pelos profissionais da mídia, nem pelos doutrinários da esquerda "revolucionária"- embora tenha por estes uma grande simpatia.

Essa triste figura que circula carregada nos braços da mídia não tem verdadeira expressão. Sua fala não tem alma, suas colocações flutuam no ar e se desfazem, sem sentido nem lastro. É uma esgrimista de palavras vazias de significado. Tenho um amigo peruano, o Pepe, que considero mestre na arte de falar sem dizer nada. Muitas vezes o vi enrolar fiscais e guardas em palavras carregadas de sotaque, fazê-los coçar a cabeça - eu via as expressões confusas, a cara de mau sem saber o que fazer - e, em algumas ocasiões, até deixá-lo em paz vendendo suas coisinhas - muito antigamente, claro, hoje em dia tá brabo. A Yoani tem essa arte. Só que pra difamar, distorcer e atacar o regime cubano, como interessa aos que se sentem superiores aos povos. E esses caras costumam gratificar muito bem os que lhes prestam serviços que eles consideram importantes. Vi quando ela foi interpelada por jornalistas bem informados, que questionavam com muita base, a forma de falar sem dizer, com abstrações sem sentido real, usando palavras de efeito bem arrumadas, um discurso de som e idéias espargidas no ar, soltas, sem conexão, mas de forte som e significado isolado. Eita ferro, a mina é competente. Do mal, mas competente. O Pepe era do bem e nós dávamos muita risada depois. 



Seguem dados sobre Cuba, com isenção internacional. Escondidos pela mídia, que mente descaradamente a respeito de uma sociedade onde as empresas não mandam, não predominam e não exploram. Daí o ódio.

observar e absorver

Aqui procuramos causar reflexão.